terça-feira, 29 de setembro de 2009

BUENOS AIRES - MENDONZA

Cruzamos o Rio de La Plata para chegar à Argentina, partindo de balsa de Colônia del Sacramento até Buenos Aires.

Um excelente destino para quem gosta de agito, a Capital do segundo maior país do Continente oferece uma enorme variedade artística e musical.



Outra tradição são as manifestações diárias, as vezes com mais de uma por dia. Acostumada aos movimentos políticos, estes, talvez, percam o impacto que deveriam gerar.

Um dos principais alvos das manifestações é a polícia, que, segundo relatos, é responsável pelo comando do crime organizado, desrespeito aos direitos humanos e, acima de tudo, corrupta.

Diversas organizações acusam a policia como responsável pelo desaparecimento de vários jovens, fato este cotidiano durante a ditadura, porém que persiste no estado democrático de direito.



Segundo estas instituições a prática do seqüestro e da tortura não está relacionada com razões políticas, mas diretamente ao crime. A polícia, supostamente, obriga os jovens a roubarem e traficarem para seu lucro, e ainda, seqüestra crianças para explorarem a prostituição.

A polícia nega todas as acusações e continua investigando os desaparecimentos e as acusações de abuso, contudo sem nenhuma conclusão satisfatória.



Pela Ruta 7 cruzamos o país de Leste à Oeste, com uma paisagem cada vez mais deserta ao se afastar de Buenos Aires.

Chegando à Mendonza o clima, que já era frio, piora.

Localizada na base da Cordilheira dos Andes, próxima ao Aconcagua, a cidade é muito famosa por seus vinhos e explora o turismo vinícola.



Na mesma Ruta 7, que liga a Argentina ao Chile, existem comunidades localizadas a aproximadamente 70 km de Mendonza, subindo as Cordilheiras. Estes povoados cada vez mais exploram o turismo aventura, oferecendo rafting, trekking, etc., além dos esportes de neve.

A belíssima paisagem destas comunidades já foi alvo de filmagens cinematográficas, devendo destacar o filme “7 anos no Tibet”, gravado em Uspallata diante da recusa do governo Chinês em permitir que o mesmo fosse feito no próprio país.



De tirar o fôlego literalmente, a Cordilheira do Andes é um local mágico, onde a alfândega entre a Argentina e Chile está localizada a aproximadamente 3 mil metros de altitude.


segunda-feira, 21 de setembro de 2009

URUGUAI

Entrando pela Ruta 9, que liga a cidade do Chuy à Montevidéu pela costa uruguaia, já se nota a beleza natural desse pequeno país.

A primeira parada é a reserva ecológica localizada no Parque de Santa Teresa, com belas praias e paisagens, muito bem conservada pelo exército uruguaio, porém com grande acumulo de lixo próximo aos pontos de acampamento dos turistas.



Pelo caminho litorâneo percebemos cidades com a economia voltada totalmente para o turismo, onde a vida é pacata durante nove meses do ano e a população vive com o lucro acumulado entre os meses de dezembro a março. Vizinho a estas cidades sempre estão os vilarejos de pescadores, onde normalmente se concentram em torno de 20 famílias que vivem exclusivamente da pesca e cuja vida segue o ritmo do mar ou dos lagos que se ficam próximos ao mesmo.


Punta Del Este é uma exceção, pois a exploração turística ocorre durante o ano todo por conta de suas praias, cassinos e bares. Os cassinos funcionam vinte e quatro horas e a durante a noite os bares próximos ao porto costumam ser os mais badalados.


Cerca de duzentos e cinqüenta quilômetros rodados depois da fronteira com o Brasil chegamos à Montevidéu, cidade muito rica em sua arquitetura que mescla diversos estilos numa mesma edificação.

Com aproximadamente um milhão e quinhentos mil habitantes, a capital uruguaia concentra metade da população do país. Nesse ponto podemos perceber que a miséria não é uma exclusividade brasileira.



No ano de 2003 foi eleito o primeiro presidente de esquerda da história do país. Apesar de reduzir em um terço o índice de pobreza, este continua muito elevado, atingindo vinte por cento da população, o que pode ser notado com facilidade ao andar pelas ruas da cidade.

Os sindicatos e os grêmios estudantis são os principais organizadores de movimentos sociais. As pessoas engajadas nesses movimentos exaltam a organização dos mesmos e crêem numa revolução pela via democrática, mas reconhecem a apatia do povo quando se trata de mudanças.

Com a migração de metade dos jovens uruguaios, que costumam partir para o exterior em busca de melhor formação acadêmica ou mesmo de melhor perspectiva de vida, o país carece de mão de obra especializada.


Durante o final de semana o centro da cidade e a “cidade velha” concentram os bares e casas noturnas, onde o ritmo da cúmbia aparece como uma febre nacional.

Apesar de contar com inúmeras bandas, especialmente de rock, não se nota uma música tipicamente uruguaia, com exceção do ritmo do “candombe”, com origens parecidas com a do candomblé brasileiro, mas sem vinculo religioso. Esse é o ritmo que embala o carnaval de nossos vizinhos, cuja duração é de um mês.



Outra cultura popular é o fanatismo futebolístico, que demonstra toda a tradição do futebol no país que ganhou o primeiro campeonato mundial, mas que infelizmente a qualidade técnica dos jogadores já não é mais a mesma...



Rico em belezas naturais o Uruguai é um país cujo povo se mostra simpático e hospitaleiro, especialmente fora da capital, mas que ainda sofre por conta da pobreza e da desigualdade.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

CHUÍ

Partindo de São Paulo em um jipe, levando coragem e determinação, atravessamos mil e seiscentos quilômetros através do Sul do Brasil. As condições na estrada não foram das mais propicias uma vez que a forte chuva prejudicou a visibilidade, o que significou, numa estrada em más qualidades, um pequeno atraso.

Na chegada ao Chuí, o ponto divisório localizado no extremo sul do Brasil, percebemos uma cidade muito agradável, com uma bela paisagem, principalmente em sua praia, a Barra do Chuí, e de uma população simpática e hospitaleira.

Localizada entre a alfândega brasileira e a uruguaia a cidade possuí curiosas características, pois a rua principal separa politicamente o povoado de aproximadamente seis mil habitatantes.


A charmosa rua de quase dois quilômetros é chamada de Avenida Uruguay no lado brasileiro e de Avenida Brasil do lado uruguaio. As diferenças não terminam aí, pois nessa mesma avenida, do lado de nossos vizinhos, temos o cassino e lojas “free shop”.

A maior surpresa foi infra-estrutura deste povoado, onde, apesar de ser uma cidade moderna e pólo comercial, a comunidade preserva a cultura gaúcha, fazendo festas típicas periodicamente, reunindo todos os moradores.




Nos deparamos com um povo genuinamente gaúcho, onde a língua local é o verdadeiro portunhol, numa cidade rica em belas paisagens e pessoas de bem, local escolhido como ponto de partida da nossa expedição.


É AQUI ONDE TUDO COMEÇA!

sábado, 12 de setembro de 2009

O GIRO

Mais do que uma viagem física, o GIROCONESUL é um projeto que estabelece, pela via virtual, uma conexão entre os internautas e a equipe de viagem. Acessando o blog, atualizado constantemente com fotos, vídeos, relatos e cronogramas, os internautas poderão interagir virtualmente com a equipe, inclusive fazendo perguntas, dando sugestões, opinando sobre percursos, etc.

Tendo como pano de fundo a viagem de jipe, o projeto traz para os expectadores uma série de crônicas e experiências culturais pelo continente sulamericano, explorando das grandes capitais às entranhas mais inóspitas e inusitadas dos desertos e altiplanos que rasgam o cone sul.
A expedição parte do Chuí, seguindo daí por caminhos que levam às capitais do Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela. Entre cada uma das capitais, o trajeto priorizará o contado direto com as comunidades locais, tendo como objetivo explorar e divulgar de forma detalhada, quem são, como vivem e o que fazem os povos que ocupam as regiões isoladas do continente, sem prejuízo de colher e divulgar informações sobre trilhas e caminhos para se chegar até eles.
Possível apenas a bordo de um veículo 4X4, o roteiro envolve dificuldades extremas como enfrentar estradas e campos de neve na na cordilheira andina, atravessar o deserto do Atacama , desbravar os altiplanos peruanos e atingir Machu Pichu, chegando ao hemisfério norte através do Equador, cruzando o conflito na Colômbia até alcançar o caribe venzuelano, tudo em aproximadamente 6 meses.
PÉ NA ESTRADA!