sexta-feira, 27 de novembro de 2009

MACHU PICCHU

Dispostos a explorar a região do Valle Sagrado e as ruínas de Machu Picchu partimos de Cusco a Ollantaytambo e seguimos, cruzando a Cordilheira Urubamba, até chegar ao povoado de Santa Teresa.

A estrada segue asfaltada até aproximadamente cem km de Ollantaytambo e a partir daí inicia uma das mais charmosas trilhas do Continente.

Apesar da paisagem deslumbrante o caminho não deixa de ser perigoso e segue até uma hidroelétrica localizada há vinte km de Santa Teresa.

Caminhamos então por duas horas seguindo o trilho do trem, acompanhado pelo Rio Urubamba, até chegar a Águas Calientes, porta de entrada do Santuário Histórico de Machu Picchu.

Esse é somente um dos caminhos conhecidos e o mais econômico para quem vai de carro ou onibus, para os amantes do trekking existe a trilha inca (inca trail), onde o viajante pode fazer a caminhada em duas opções, quatro dias partindo de Qoriwayrachina (39 Km) ou dois dias partindo de Chachabamba (19 Km).

Apesar do alto valor cobrado pelas agencias de viagem a trilha inca tem uma imensa procura, onde o viajante tem que fazer uma reserva com pelo menos um mês e meio de antecedência.

Mesmo repleto de aventura e belezas naturais existe uma grande exploração dos guias que levam todas as bagagens desses viajantes, alem de montar as barracas e preparar os alimentos.

A trilha inca tem seu final em Intipunku, a entrada principal do templo que em quéchua significa “entrada del sol” e que em 21 de junho dia do solstício de inverno o raio do sol ilumina diretamente a cidade perdida intiwatana (que significa amarrar ao sol) onde teriam medidas astronômicas para o tempo e as estações do ano.

As ruínas são impressionantes e misteriosas, hoje um local turístico e antigamente sede do império Inca, onde viveram aproximadamente mil pessoas.

No topo de Waynapicchu (montanha localizada ao lado de Machu Picchu e onde se cultuava a Lua) se pode ver a majestosa cidade e uma vista panorâmica de todo o vale que a rodeia.

A precisão nas construções impressiona, mas o que realmente chama a atenção foi o local cuidadosamente escolhido. Um lugar realmente lindo e geograficamente perfeito em termos de segurança militar do Império.

Os questionamentos sobre a forma em que a cidade foi construída são constantes e ainda se pode sentir uma energia mística emergindo deste local que realmente deve ser considerado sagrado.

De fato as palavras são inúteis diante desta realidade fantástica, onde magia e verdade caminham lado a lado.










segunda-feira, 16 de novembro de 2009

CUSCO

Apenas oito km depois de Copacabana chegamos a fronteira com a Republica Peruana. Seguindo pela Ruta Panamericana passamos por Puno e chegamos à Cusco, cidade localizada no coração das Américas e parada obrigatória para quem vai explorar as inúmeras ruínas incas e espanholas da região.




Uma cidade com aproximadamente trezentos mil habitantes (grande maioria de origem quéchua) e localizada a três mil e quatrocentos metros de altitude. Cidade espetacular onde se respira história e cultura, com uma arquitetura muito bem conservada pode-se conhecer ruínas da comunidade Inca, que aqui estabeleceu a “sede” de seu império que data de mais de quatro mil anos, e ao mesmo tempo se nota uma grande influência da colonização espanhola.

Localizada no centro da cidade está a Plaza de Armas, cercada por prédios históricos do período colonial. A sudeste da praça está um antigo caminho Inca, com paredes que datam de mais de três mil anos e que ainda permanece um mistério para ciência e engenharia, uma vez que até a hoje não existe uma tecnologia capaz de reproduzir tamanha perfeição no encaixe das pedras que pesam toneladas e não cabe um fio de cabelo entre as mesmas.




Em Cusco é possível conhecer diversas igrejas coloniais e museus, além de feiras regionais de artesanatos típicos. Ademais, existem quatro ruínas próximas a cidade, utilizadas provavelmente para rituais de sacrifício, além de uma fortaleza Inca que também deveria ser utilizada como um grande santuário.



Com um povo simpático e atencioso, além de malandro como os brasileiros, nos sentimos em casa em Cusco. Além da beleza natural e histórica da região, é um bom local para se estabelecer e explorar a cultura Inca (localizada próxima ao Valle Sagrado) ponto de partida para conhecer a cidade perdida de Machu Picchu.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

ISLA DEL SOL

Localizada no lado boliviano do Lago Titicaca, há uma hora e meia de barco de Copacabana, está a “Isla del Sol”, uma ilha que além de deslumbrante é considerada sagrada segundo a cultura Inca.

Neste local encontra-se a rocha sagrada, ponto de partida de toda cultura Inca. De acordo com essa mitologia foi na isla que nasceu o Sol, o principal Deus Inca, e também que Manco Cápac e Mama Ocllo, os primeiros Incas, fizeram suas aparições místicas.

De qualquer forma durante séculos se cultiva o Deus Sol na isla de diversas maneiras, constando até sacrifícios humanos na história desta que é a maior ilha do Lago Titicaca.

Nos quatorze km quadrados da isla é possível passear por diversas ruínas dessa cultura milenar que ainda gera mistério e fascínio.





segunda-feira, 2 de novembro de 2009

COPACABANA

Prosseguimos pela Ruta 1 de La Paz até Huarina e pegamos a Panamericana até Tiquina. Em Tiquina, localizada a quarenta km de Copacabana, cruzamos um trecho do Lago Titicaca em uma balsa artesanal.



Copacabana é um povoado de vinte cinco mil habitantes, localizada a três mil e oitocentos metros do nível do mar e a nove km da fronteira com o Peru; às margens do Lago Titicacaca, o maior lago do mundo.



Neste povoado se nota uma forte influência da comunidade Inca, que aqui existiu, bem como da colonização espanhola.

Esta mescla de influências é facilmente percebida pela existência das ruínas Incas, ainda em bom estado de conservação, como o “Tribunal del Inca”, um conjunto de pedras usada provavelmente para ritos religiosos dedicados a chegada do sol, bem como a “Horca del Inca”, localizada do Cerro Calvário del Niño, construído para indicar o solstício de inverno.

De outro lado, no alto do Cerro Calvário, foi construído um templo católico da época da colonização. Neste local especula-se que existia uma lagoa usada pelos Incas para estudos astronômicos, servindo a mesma como espelho do céu. Contudo os espanhóis cobriram a lagoa com cimento, cruzes e imagens de santos.




No centro do povoado foi construída uma enorme igreja católica em arte barroca e que até hoje figura como uma das mais importantes da Bolívia.

A população local vive basicamente do turismo, explorado o ano todo aos finais de semana, quando muda drasticamente o visual da cidade, e principalmente no verão.
Além de um porto seguro para exploração do lado boliviano do Titicaca, Copacabana é também parada obrigatória para quem segue para o Peru.