segunda-feira, 5 de outubro de 2009

SANTIAGO - HORCÓN

Ao cruzar a fronteira entre Argentina e Chile, localizada na Cordilheira dos Andes, seguimos até Santiago, capital da República do Chile. O lado chileno dos Andes é mais íngreme e a estrada piora, mas a beleza natural persiste.

Percebemos em Santiago, uma cidade rica em cultura, que o povo chileno, como os próprios jovens afirmam, se mostra frio e depressivo. A ditadura chilena, uma das mais violentas da América do Sul, conta com apoio de uma parcela significativa da população.

Em um país conservador como o Chile não é nítido um movimento que conteste a situação. Tal fato pode estar relacionado com a imagem que o governo passa do país, que nem sempre condiz com a realidade.

De fato, as desigualdades não são gritantes como no resto do Continente, contudo existe a miséria, apesar de negada pelo governo.
A política neoliberal do Chile ao longo dos anos gerou oportunidades aos cidadãos, mas ao mesmo tempo existe a carência de uma intervenção estatal na saúde e na educação, uma vez que o sistema de saúde chileno nos recorda o SUS brasileiro e não existe um ensino superior público, tendo em vista que as faculdades que são denominadas “públicas” cobram uma mensalidade em torno de quatrocentos dólares.

Apesar disto encontramos muitas pessoas boas e alegres, que acreditam na cultura como forma de contestação.

Conhecemos o Centro Cultural Balmaceda, que se mantém através de incentivos do governo e que ensina musica, dança e teatro de graça.

No centro cultural tivemos a oportunidade de conhecer jovens engajados com estes movimentos culturais e acompanhar o ensaio da peça que celebra o bicentenário da independência, retratando diversas lutas contra a ditadura, bem como a luta do povo originário do Chile, os Mapuche. Uma peça elaborada pelo diretor Andres Cardenas, que foi aluno do projeto e agora ensina os jovens para que a tradição deste projeto muito interessante continue viva.


Seguimos pela ruta 5, passando por Viña del Mar, uma cidade grande e industrializada. Um tradicional ponto turístico do Chile, com cassinos e bares.



Mais adiante, nos estabelecemos em Horcón, um povoado de aproximadamente mil habitantes. Com uma cultura histórica dos hippies que aqui viveram, o povoado é formado por pescadores e artesãos.



O povoado ainda conta com duas praias de nudismo, sendo que o local já foi palco de encontros internacionais de naturismo, uma surpresa, especialmente para um país conservador como a República do Chile.



Conhecemos Pablo Iviondo, um artesão uruguaio que vive no Chile desde os dez anos de idade e que sempre trabalhou com arte. Acostumado a trabalhar com cerâmica suas obras são muito belas e tradicionais. Seu trabalho também é comercializado pela internet, através do site: http://www.artepango.com/

Conversamos sobre as mudanças na comunidade nos últimos dez anos e nos contou como o alcoolismo e o alto índice de usuários de crack se mostram problemas crônicos da sociedade, bem como uma grande aversão aos estrangeiros.

Com praias lindas ainda é possível pensar em Horcón como uma comunidade mais liberal dentro do Chile, mas que vem perdendo gradativamente a filosofia de paz e amor que um dia envolveu este belo povoado.

3 comentários:

  1. Opa! Já em Santiago? Bom, a essa altura já devem estar bem adiante....rsrsrs
    Mas que delícia! O Chile é beeeemmmm legal!
    Mas o Peru é mais, hein? rsrsrsrs
    E eu nem sou suspeita para falar....hehehe
    Bom, continuem na empreitada e aproveitem muuuuito!
    Beijinhos,
    Ana.

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  2. Well......qndu vc voltar, teu livro já vai estar pronto, daí é só publicar ;)
    bejuu!
    saudades dos dois!

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